Era uma vez o alho – o remédio para quase tudo
A utilização do alho remonta à própria existência da humanidade. Três mil anos a.C. já era utilizado pelos Sumérios para prevenir epidemias e tratar parasitoses e, em documentos históricos como o papiro de Ébers (1700a.C.) o alho é citado 22 vezes por todos os sábios da antiguidade. Os médicos antigos utilizavam o alho para tratar um grande número de doenças, sendo utilizado tanto interna como externamente para todos os males, desde dores de cabeça a encefalites, simples erupções de pele, indigestões e problemas de fígado. Nos tempos em que não havia medicamentos como uma simples aspirina, os efeitos do alho eram verdadeiramente assombrosos. Com o decorrer dos séculos, o conhecimento aumentou e, através de inúmeros estudos, a comunidade científica tem provado e validado muitas das teorias ancestrais, assim como refutado algumas crenças populares de carater supersticioso.
Hipócrates, reputado médico Grego nascido 460 anos a.C, e considerado o Pai da Medicina Moderna, consagrou o alho pelo conhecimento da medicina do Antigo Egipto, cujas práticas são historicamente documentadas. Utilizou e desenvolveu processos em várias práticas como: febres, abcessos, feridas infetadas e inflamações, erupções cutâneas e manchas da pele, lepra, reumatismo, artrite e gota, ciática e outras dores de costas, dores de cabeça e ouvidos, dilatação do baço, problemas de fígado e vesícula, tosse e rinite, bronquite e dificuldades respiratórias e, recomendava também a ingestão generosa como alimento remédio para facilitar as digestões, dores e inchaço abdominal, prisão de ventre, diarreia e disenteria, hemorroidas, lombrigas e parasitas intestinais. Observava que o alho deveria ser evitado em recém nascidos porque provocava cólicas.
Este maravilhoso alimento contém mais de 200 elementos terapêuticos, entre os quais vitaminas, aminoácidos, enzimas e minerais. Entre os seus nutrientes incluem-se cálcio, magnésio, potássio, zinco, ferro, selénio, germânio, enxofre, ácido salicílico, níquel, niacina, tiamina, e vitaminas A, B, C e E.
Usos terapêuticos mais estudados na clínica diária: Combate tanto bactérias gram positivas como gram negativas, actua como alimento medicamento energizante, reduz colesterol e diabetes, hipotensor, anti-arritmico, anti-agregante plaquetário, anti-septico, anti-infecioso (anti-bacteriano, anti-viral, anti-fungico), anti-tumoral, desintoxicante, anti-oxidante, estimulante do sistema imunitário.
A melhor forma de utilização deverá ser diária, em cru ou cápsulas de óleo.
Nas últimas décadas o alho é provavelmente a planta mais estudado no âmbito da investigação científica, tanto in vitro como in vivo e em seres humanos, com resultados consistentes, poderosos e eficazes, particularmente bacterianos e virais.
Os médicos Chineses têm estudado e aplicado o alho como medicamento de excelência contra a meningite bacteriana, e a encefalite viral, enquanto que os médicos Africanos têm usado como recurso de medicamento primário contra a disenteria amíbica, a toxoplasmose, a cryptosporidium e a pneumocystis, com grande êxito.
Investigadores Americanos demonstraram que o alho ativa o sistema imunitário e ajuda a proteger o corpo de infeções, doenças cardiovasculares, cancro, cansaço e envelhecimento.
É ainda referido que, se fosse possível usar uma só planta medicinal para combater um surto epidémico de bactérias resistentes aos antibióticos, o alho seria certamente o escolhido.
(Conclusão de estudos prosseguidos em 1984 por Singh e Shukla).
⌈ Juvenal Silva, Naturopata
Cédula Profissional 0300193 – ACSS ⌋